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terça-feira, 23 de junho de 2009

ÉTICA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA - Vol.5 - Glória Kreinz e Crodowaldo Pavan (livro)


(Kreinz, G. e Pavan, C. (org.). ÉTICA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA,
Vol. 5, 2002, p. 11)

Jacques Derrida: violência acadêmica
“É preciso reconhecer a violência, política ou outra, tal como está operando nas discussões acadêmicas ou intelectuais em geral”.



O quinto volume da Coleção Divulgação Científica, Ética e Divulgação Científica: Os Desafios no Novo Século, foi pensado em diferentes níveis de discurso.

A primeira parte do volume faz uma abordagem do conceito de ética, procurando focalizar aspectos práticos e teóricos do termo, e sua relação com a divulgação científica. Glória Kreinz, no ensaio “Ética, Divulgação e Comunicação”, discute a violência embutida na aparente neutralidade de textos de divulgação, e a responsabilidade dos divulgadores científicos de tornar transparentes as posturas assumidas.

Ciro Marcondes Filho, em “A Ética e a História”, afirma que “uma moral deveria necessariamente estar atrelada a uma filosofia”. Considerando o “fim da história ” como fragmentação da memória, discute a ética e a moral num cenário “em que o peso das responsabilidades está pulverizado pela própria debilitação das instituições”.

Franklin Leopoldo e Silva, em “A Bioética como Ética Aplicada”, faz uma apreciação do conceito de ética desde a sua origem como pensamento prático, passando por seu desenvolvimento histórico, e enfatizando como a ética, recentemente, deu origem à bioética, baseada nos princípios de autonomia, beneficência e justiça.

Oswaldo Frota-Pessoa, em “A Ética da Ética”, demonstra como os fundamentos da ética se encontram desafiados pelos avanços da genética, colocando-se então novas possibilidades que nos levam a questionar a ética dos próprios princípios éticos.

A segunda parte do livro, “Os Desafios no Novo Século”, tem como primeiro texto o ensaio de Crodowaldo Pavan intitulado “Ciência, Sociedade e os Desafios no Novo Século”, que demonstra que a espécie humana vem se descuidando de aspectos básicos como a sua relação com o meio ambiente e a distribuição de recursos na sociedade, podendo gerar inclusive graves epidemias. Somos responsáveis diante da fome que afeta sociedades inteiras, assim como somos responsáveis pelo futuro da espécie.

Waldomiro Vergueiro, no ensaio “Divulgação Científica e Histórias em Quadrinhos”, discute a relação entre imagens e divulgação científica. Assinala que as histórias em quadrinhos há muito tempo trazem diversos elementos da ciência, em especial na figura do cientista, mas também procuram ensinar conceitos científicos de forma didática.

Osmir Nunes, em “Richard Dawkins: Divulgação, Ciência e Paixão”, discute o ato de divulgar ciência na obra de um divulgador científico que se diz “advogado do que divulga”. O evolucionismo, em contraposição à corrente criacionista, é analisado e visto de maneira bastante positiva pelo cientista Richard Dawkins, autor do livro O Relojoeiro Cego.

Em “Jornalismo Científico e Divulgação Científica”, Mauro Celso Destácio demonstra que o jornalismo científico é colocado como apenas mais uma das diversas formas de se divulgar ciência, embora tenha peculiaridades que ressaltam sua importância como meio de transmissão do conhecimento científico.

Renato Pignatari, em “Movimento e Linguagem na Divulgação Científica”, assinala que a divulgação científica é vista como um processo que se inicia no artigo científico, com sua linguagem codificada, e termina no texto destinado ao público considerado leigo, não especializado em ciência.

A terceira parte do livro traz depoimentos significativos para o ato de divulgar ciência e tecnologia no Brasil. José Reis, no texto “Há Ciência na Administração”, faz um relato do tempo em que dirigiu o Departamento do Serviço Público do Estado de São Paulo, e destaca a participação de sua assistente, amiga e procuradora, Nair Lemos Gonçalves.

Nely Robles Reis Bacellar, em “Estação Ciência – Resgatando suas Origens”, escreve sobre a implantação deste centro de pesquisa. Considerado um dos principais centros de divulgação científica do país, a Estação Ciência é descrita em seu processo de criação e formação, pela sua primeira diretora.

Maria Julieta Sebastiani Ormastroni, em “Divulgação Científica nos Meios Infantis”, faz um relato exemplar. Os questionamentos da infância, especialmente em relação à ciência, são retratados por meio da experiência no jornal Folha de S.Paulo, ao lançar seu suplemento infantil.

Marcelo Afonso, em “Produtos do NJR na Internet”, apresenta os projetos desenvolvidos no centro de pesquisa e mostra como resultado as publicações eletrônicas do Núcleo José Reis de Divulgação Científica da ECA/USP, que atualmente é produtor de revistas eletrônicas e sites em que se divulga ciência e se questionam os próprios fundamentos da divulgação científica.

No final do livro, há dois textos (Anexos). Um deles apresenta uma cronologia da vida e obra do patrono do NJR e maior divulgador científico brasileiro, José Reis, que faleceu no dia 16 de maio de 2002, muito próximo de completar 95 anos. Os dados desta seção fazem parte do Projeto José Reis: Unidade na Diversidade, de autoria da Profª Dra. Glória Kreinz, posto em prática em 1992 e vigente até hoje, no centro de pesquisa NJR-ECA/USP. O outro texto é a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos, introduzida pelo Diretor-Geral da UNESCO, Koïchiro Matsuura.

Finalizando esta apresentação, podemos afirmar que divulgar ciência e tecnologia não é um ato isolado, mas envolve posturas éticas e morais que no seu conjunto afetam a vida de um povo.

FONTE: http://www.eca.usp.br/njr/abradic/abradic_arquivos2003.htm


www.eca.usp.br/nucleos/njr/livros.htm







3 comentários:

  1. OBRIGADA NADIA...VC É ÓTIMA DIVULGADORA, COMO SEMPRE...Veja na ABRADIC que saiu agora: termino citando o Sarau como exemplo de comunicação democrática e olhe o expediente...rsrs...Tem o nome da artista que fez o banner NJR...Beijos...

    PS.ESTÁ INDO PARA 15 MIL EMAILS...RSRS...ABRAÇOS...

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  2. OI GLÓRIA!!! CARAMBA!!! agradeço...só vc!!
    que demais!! mas os 15 mil emails? ... é sobre a greve da USP? me explique!! abração boa noite "super fera" da divulgação científica e de outras tantas lutas....!!!Nadia

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  3. OS BOLETINS COMO ESTÃO NA PÁGINA SÃO ENVIADOS PARA AS PESSOAS CADASTRADAS NAQUELA FORMATAÇÃO...15 MIL...BEIJOS...SAI UM BOLETIM A CADA 10 DIAS DAS DIFERENTES ENTIDADES...CÁTEDRA, ABRADIC E NJR/ECA/USP...RSRS...BEIJOS...A EQUIPE TEM MUITO TRABALHO...RSRS...FORA REVISTAS E BOLETINS IMPRESSOS...RSRS...BEIJOS...

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