05 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente
Desde finais do século passado a questão do meio ambiente tem monopolizado as atenções de amplos segmentos sociais e não sem motivo. A escassez crescente de recursos, a poluição em larga escala do solo, do ar e das águas e os deletérios efeitos do aquecimento global são problemas que podem efetivamente comprometer o futuro da espécie humana.
Por isso mesmo, o equilíbrio ambiental tornou-se um paradigma central em muitas políticas públicas e igualmente, uma temática indispensável no cotidiano escolar. A educação ambiental tem, neste sentido, uma importância estratégica. Ninguém pode contestar, a mudança das atitudes diante da natureza tem obrigatoriamente na sala de aula um espaço fundamental na promoção de novos procedimentos e consolidação da consciência ambiental.
Nesta perspectiva, a percepção que tem sido construída a respeito da defesa da natureza interessa a todos os educadores. Afinal, as pessoas se mobilizam a partir do que é conceituado como conservação da natureza, isto é, tendo por marco uma esfera imaginária do natural. Decididamente, integrariam esta iconografia paisagens como a Mata Atlântica, o Pantanal e a Amazônia, assim como as baleias, os golfinhos, a ararinha azul, o mico-leão dourado e certamente, o simpático urso panda. Transformados em verdadeiros ícones da questão ambiental, estas representações são presença marcante nos trabalhos escolares apresentados no transcorrer de comemorações como a Semana do Meio Ambiente e em outros eventos com perfil ecológico.
Assim tem sido durante muitos anos e do ponto de vista da construção do conhecimento, a repetição destas imagens reforça sua influência de um modo incontestável. Contudo, na opinião do autor deste texto, esta postura poderia no mínimo ser questionada. Algumas indagações pertinentes: Trabalhando esta reserva imaginária do natural estaríamos de fato defendendo o meio ambiente? Centrar a atenção nas espécies da vida selvagem consolidaria a defesa dos seus habitat, poupando-as da extinção? Por fim, sendo mais incisivo: este modelo contribui para que as pessoas alterem seu relacionamento com o meio natural?(...)
LEIA NA ÍNTEGRA EM : http://www.cortezeditora.com.br/vc_liga_pro_panda.php
* Maurício Waldman tem formação na USP em sociologia, antropologia e geografia e atua na questão ambiental desde meados dos anos setenta. Foi elencado em enquete do CEBRAP em 2003 como um dos trinta ambientalistas históricos do Estado de São Paulo. Waldman colaborou com Chico Mendes, participou de movimentos em defesa da Represa Billings e foi um dos veteranos da Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (APEDEMA, SP). Foi secretário do meio ambiente de São Bernardo do Campo e Chefe da Coleta Seletiva de Lixo de São Paulo. Tem muitos artigos e livros publicados na área ambiental, trabalha como consultor ambiental e é professor de Pós-Graduação em Gestão Ambiental na PUC-MG. Home-page: www.mw.pro.br; E-mail: mw@mw.pro.br
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