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sexta-feira, 15 de maio de 2009

"VILA SOCÓ - UMA TRAGÉDIA PROGRAMADA" - livro de José Rodrigues e Lauro Freire

Página principal do jornal no dia seguinte à tragédia
Memória do desastre, 20 anos depois (publicada em 2004)
Uma das maiores tragédias de Cubatão, senão a maior, foi o incêndio de um oleoduto da Petrobrás que passava sob uma favela, Vila Socó, destruída pelas chamas com a morte de cerca de uma centena de pessoas, em 24/2/1984. Duas décadas após, o jornal santista A Tribuna lembrou o episódio, em matéria publicada no dia 22 de fevereiro de 2004:


Tragédia da Vila Socó completa 20 anos nesta terça-feira (2004)

Número de mortos ainda é controverso. Capela vai homenagear vítimas

Manuel Alves Fernandes
Da Sucursal de Cubatão

Ocorrido na noite de 24 de fevereiro de 1984, por volta das 23h30, um sábado que antecedeu ao Carnaval, o incêndio da Vila Socó mudou a história de Cubatão: o duto de gasolina que atravessava a favela explodiu. Na madrugada do domingo, enquanto inocentes foliões se divertiam nos bailes pré-carnavalescos dos clubes da região, 99 pessoas morriam na Vila, segundo registros oficiais.

Ambientalistas e dirigentes da Sociedade de Melhoramentos da Vila São José promovem na próxima terça-feira, às 10 horas, no ponto onde o fogo começou, ato simbólico denominado "Cubatão tem memória", em homenagem aos mortos.

A tragédia voltou os olhos do planeta para Cubatão e colocou a nu outro problema: a poluição industrial que, desde a década de 70, deu à Cidade o apelido de "Vale da Morte".

Impressionado com o incêndio, o então governador Franco Montoro mandou a Cetesb implantar um programa de redução dos poluentes que custou US$ 1 bilhão às indústrias e tornou Cubatão exemplo de controle ambiental.

Vinte anos depois, políticos e organizações ambientais ainda não estão convencidos sobre quantas pessoas morreram, de fato, no incêndio que começou no duto enferrujado da Petrobrás, por onde vazaram 700 mil litros de gasolina, transformando o mangue num lençol onde boiava o líquido inflamável?

Em 25 de fevereiro de 1985, o jornalista José Rodrigues publicou o livro Vila Socó - a tragédia programada, cujo mote era exatamente essa questão. Em prosa e versos, com ilustrações de Lauro Freire, a obra foi dedicada "às vítimas da Vila Socó, até as não contadas que desapareceram nas cinzas".

Freire mostra no livro duas realidades, lado a lado: no primeiro quadro, foliões dançando e cantando "Meu coração amanheceu pegando fogo". No segundo quadro, pessoas em meio ao incêndio nos barracos gritando... "fogo... fogo!"

Não existem mais barracos sobre o mangue da antiga Vila Socó, que mudou até de nome: chama-se oficialmente Vila São José. O bairro transformou-se num local urbanizado com casas de alvenaria, algumas com dois andares.(...)

LEIA MAIS EM : http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch017e.htm

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