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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

VIDAS SECAS - "GRACILIANO RAMOS" (livro)

Vidas ainda secas...

Rômulo Radicchi

Há 70 anos foi publicada a primeira edição do livro Vidas Secas. Escrita por Graciliano Ramos, entre 1937 e 1938, a obra tem como tema a luta pela sobrevivência de uma família camponesa contra os flagelos da seca e a exploração e opressão do latifúndio. Vidas Secas é o último romance do "Velho Graça". Em suas páginas, ele evidencia a honra dos camponeses e a justeza de suas lutas. Resgatando a sua importância literária, vemos em suas páginas a preocupação deste autêntico escritor brasileiro com as massas exploradas e oprimidas de nosso país e a sua atualidade e valor histórico.
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Cena do filme de Nelson Pereira dos Santos

Em 1926 é realizado o Congresso Regionalista de Recife, organizado por Gilberto Freire e José Lins do Rego. Esse encontro é considerado o marco zero da chamada prosa regionalista e teve como proposta organizar a literatura comprometida com a problemática nordestina, elucidando as grandes contradições daquele momento: a seca, a semifeudalidade, a corrupção, o coronelismo e o latifúndio.

A literatura e arte nacionais nas décadas de 20-30 do século passado desenvolveram-se em um ambiente de tormentosa luta de classes, sob o influxo da Revolução Bolchevique, às portas de uma crise colossal do sistema capitalista em todo o mundo. A parcela mais avançada e honesta da intelectualidade brasileira, fortemente influenciada pelos ideais progressistas e revolucionários desta época, buscou empenhar-se na criação de uma literatura de caráter social, comprometida com os problemas de nosso povo, particularmente dos camponeses.

Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotar uma visão crítica das relações sociais, desenvolvendo um "estilo de escrever" que ressaltava homens e mulheres assolados pelos problemas que o meio lhes impõe. Destacam-se neste momento expoentes como Érico Veríssimo, Jorge Amado e Graciliano Ramos.

O romance Vidas Secas do escritor, romancista, cronista e jornalista brasileiro, Graciliano Ramos, é uma das principais obras da literatura nacional da época.

Saga sertaneja

Vidas Secas é uma narrativa escrita por "quadros" que aparentemente nada têm em comum a não ser os personagens e a paisagem. No entanto seus episódios acabam se interligando compondo o drama épico de uma família camponesa.

O capítulo Mudança retrata uma família sertaneja fugindo da seca. Compõem a família: Fabiano, um homem louro como o sol e de olhos azuis, casado com a mulata Vitória. Ele, rude, incapaz de fazer contas e se comunicar; ela, suficientemente inteligente para pensar e agir pela família. Os dois filhos do casal, caracterizados por "menino mais novo" e "menino mais velho", a simpática e quase humana cadela Baleia e um papagaio que, no auge do desespero, é sacrificado para alimentar a família.

A família camponesa é submetida às mais duras condições de trabalho, impostas pelo latifundiário, grande criador de gado na região. A semifeudalidade e o coronelismo imperam naquelas terras e, no momento do acerto de contas com o patrão, Fabiano fica com muito menos que calculara nas complicadas contas sob sua cabeleira ruiva. Roubado pelo latifundiário, Fabiano explode em confusa revolta.(...)

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