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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A VIAGEM DE THEO (CATHERINE CLÉMENT)

A Viagem de Theo conta a história de um adolescente, vítima de uma doença grave a ameaçar sua vida, que faz uma viagem pelos lugares sagrados e cidades santas das diversas religiões. No contato com o misticismo, as religiões e seus rituais, Theo vai encontrando forças que desconhecia e vai melhorando seu estado de saúde. Por meio da viagem de Theo vamos conhecendo, de maneira sucinta e agradável, a história das religiões: judaísmo, cristianismo, islamismo, passando pelas crenças de povos primitivos até a reforma protestante, do panteísmo às seitas mais radicais, dos pensamentos mais ecléticos e tolerantes aos fanatismos mais exacerbados. Na viagem, Theo visita em Jerusalém o Muro das Lamentações, o Túmulo de Jesus e a Cúpula do Rochedo, símbolos do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo, que convivem nessa ?cidade três vezes santa?. No Egito visita as pirâmides e aprende sobre a religião dos faraós e sobre o faraó Akhenaton, criador da primeira religião monoteísta. Na Índia, confunde-se com a mistura de várias crenças: Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Islamismo, a antiga fé de Zoroastro, vinda do Irã e toma contato com os Sirkhis. A Yoga, o Taoísmo e o Xintoísmo são também abordados neste livro, através da luta de Théo com sua doença, mostrando também o sincretismo das religiões africanas influenciadas pela catequese cristã no Brasil e no Caribe.. Além dessa face didática, de ensinamento sobre as religiões, o livro mostra o que todas elas têm em comum, acima de suas divergências: a procura do Homem por algo superior, que explique e justifique a existência; a necessidade humana de transcendência. As religiões são mostradas como ramos de uma mesma árvore, cujas raízes estão no mais profundo âmago da natureza humana. As seitas fanáticas são mostradas como ervas daninhas à sombra dessa árvore, necessitando ser periodicamente arrancadas. É também mostrado como as organizações religiosas podem ser usadas como formas de dominação pelas classes sociais mais favorecidas sõbre as economicamente mais carentes. Fica, no leitor, a sensação de que o sentimento místico, a transcendência, é uma necessidade natural do ser humano; que as religiões têm um mesmo núcleo central: a procura filosófica de um sentido para a vida, de uma orientação ética e moral para a organização social da vida humana.

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