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domingo, 25 de janeiro de 2009

Lya Luft

Se eu ficasse amarga com tudo o que acontece de negativo
- não é meu jeito -,
contaminaria a casa onde moro,
a família que me cerca, o companheiro que está comigo,
os amigos e o mundo.
Porque sou importante?
Nada disso.
Porque cada um de nós é uma partícula mínima,
parte do grande oceano em que somos lançados ao nascer:
cada gota envenenada modifica
o todo, por pouco que seja.

Por essa razão, todos, industriais e garis,
mulheres milionárias e faveladas,
trabalhadores e doentes acamados,
os que estão nascendo e os moribundos,
somos igualmente importantes.
Essa é a grande, real democracia,
pois a outra anda mancando, confusa
e parcialmente mascarada de vale-tudo...

(Lya Luft)

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