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domingo, 28 de fevereiro de 2010

DESEJO - Poesia de Marcelo Roque

Hei de te amar e te amar, e apenas isto
E dormir e acordar abraçado ao teu cheiro
e a tudo de ti que ainda me escapa
E hei de plantar e colher em teu ventre
muito mais que um filho,
muito mais que um neto,
muito mais que o mundo
Hei de plantar à nós mesmos;
Princípio, meio e fim
Tudo aquilo que fomos, somos,
seremos ...

Marcelo Roque

HILDA HILST

...Todos vós, políticos / Que palavra / Além de ouro e treva / Fica em vossos ouvidos? / Além de vossa CAPACIDADE / O que sabeis / Da alma dos homens?

HILDA HILST

Começa nesta segunda temporada de declaração do Imposto de Renda 2010

26/02/2010 - 21h28

Da Redação, em São Paulo

Começa nesta segunda-feira (1º) a temporada de acerto de contas com a Receita Federal, que neste ano se estende até 30 de abril. A Receita espera receber 24 milhões de declarações do IR 2010, por intenet, disquete ou formulário em papel.


Envie sua dúvida sobre Imposto de Renda a espcialistas
Veja como evitar problemas na hora de terceirizar declaração do IR
Não entregou a declaração no ano passado? Veja dicas do que fazer


Para fazer a declaração pela internet, é preciso baixar o programa para declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2010. Segundo o supervisor nacional do Programa de Imposto de Renda, Joaquim Adir, o programa estará disponível no site da Receita a partir das 8h desta segunda-feira. O contribuinte pode optar por fazê-la no modelo simplificado ou completo.

Estão obrigados a declarar (veja vídeo abaixo) todos os contribuintes que receberam, durante o ano de 2009, rendimentos brutos tributáveis superiores a R$ 17.215,08 ou rendimentos não-tributáveis, tributados exclusivamente na fonte e isentos, acima de R$ 40 mil. Veja outras situações que obrigam o contribuinte a entregar o documento

Novidades

Em 2011 o número de contribuintes deve encolher ainda mais. Além disso, não haverá mais declarações em formulário de papel. Em 2011, estará obrigado a declarar o IR quem teve rendimentos tributáveis acima de R$ 22.487,25 (cerca de 31% a mais). Isso significa que menos gente vai declarar.

“Pretendermos em 2011 aumentar o piso de declaração. Para não punir a baixa renda, aumentaremos o piso de obrigatoriedade de entrega para R$ 22.487,25”, afirma Adir.

As declarações em formulário de papel existirão somente até este ano. A partir de 2011, essa opção será descartada. "Quando a receita recebia em disquete, era fila que não acabava mais. A receita já passou por experiência de grande dificuldade de receber declaração. O Brasil evoluiu. Neste país, as coisas estão mudando, a realidade é outra", disse Adir.

Prazo de entrega


A declaração deve ser enviada à Receita Federal até 30 de abril de 2010. É preciso destacar, porém, que quem declara primeiro recebe a restituição mais rápido. Para este ano, a Receita manteve a ampliação do horário de entrega da declaração pela internet, mas deixou a hora limite ainda mais clara, para evitar confusões. O serviço de transmissão do documento via internet será interrompido às 23h59min59seg do dia 30 de abril.

Vale lembrar que a pessoa física, mesmo desobrigada, pode apresentar a declaração.


http://economia.uol.com.br/impostoderenda/ultimas-noticias/2010/02/26/comeca-nesta-segunda-temporada-de-declaracao-do-imposto-de-renda-2010.jhtm

Morre aos 95 o bibliófilo José Mindlin

28/02/2010 - 11h38

da Folha Online

Morreu na manhã deste domingo, em São Paulo, o bibliófilo José Mindlin. Ele tinha 95 anos e estava internado há cerca de um mês no hospital Albert Einstein. A morte foi causada por falência múltipla de órgãos.

O corpo do bibliógrafo está sendo velado no hospital e o enterro está marcado para as 15h no Cemitério Israelita.

Em 2006, Mindlin entrou para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 29, antes pertencente ao historiador e escritor Josué Montello.

José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Formou-se em Direito em 1936, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Advogou até 1950, quando foi um dos fundadores e presidente da empresa Metal Leve S/A, empresa pioneira em pesquisa e desenvolvimento tecnológico próprio no seu campo de atuação. Em sua atividade empresarial desenvolveu grande esforço em prol do avanço tecnológico brasileiro e no processo de exportação de produtos manufaturados brasileiros.

Mindlin foi dono de uma das mais importantes bibliotecas privadas do país, que começou a formar aos 13 anos e, no ano passado, doou cerca de 45 mil volumes, entre coleções e folhetos, para a Brasiliana USP, no campus da universidade, em São Paulo.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u700228.shtml

Faixa de Gaza.... ... aqui é mais perigoso que o Vietnã! - POR BENIS AMORIM

Faixa de Gaza....

... aqui é mais perigoso que o
Vietnã!

Se você guardar a semente no bolso e não depositá-la no solo estará impedindo que a mesma germine e produza frutos e sombra, assim também é o conhecimento, se não compartilhar não terá serventia para nada, ter conhecimento é melhor que acumular dinheiro, os frutos serão mais doces se repartido, e nessa partilha educadores e educando se tornam iguais e o aprendizado flui livre ...leve ...e solto.
os pensadores que me perdoem se provoco essa heresia mas um bom educador é como um agricultor que prepara a terra, espalha a semente, cuida-a para que nasça no tempo certo, e aguarda a propicia estação para dar frutos, cada plantinha tem o seu tempo,olhe a natureza como é bela, ela permite que cada espécie cumpra os seus ciclos tranqüilamente e não fica aplicando provas,tentando enquadrar todos os diferentes num mesmo padrão pensado e formatado para a exclusão daqueles que não se enquadrarem, peguem o exemplo da borboleta, deixe o tempo fazer o seu papel e veremos lindos voos.
mas que tem gente que acha que tem o rei na barriga,e que o saber é só seu e repassa e não compartilha,não ensina e nem aprende e o que era para ser uma lição não se transforma em aprendizado e a sala de aula se transforma numa zona de combate e as carteiras em trincheiras...
e o resultado disso são alunos doentes....professores doentes
ensino decadente.violência a todo instante, escolas que se parecem presídios cercados de grades solo cimentado, sirenes tocando, funcionários mal humorados, evasão e repetência.
disseram que ostras felizes não produzem pérolas, e devemos ser protagonistas da nossa própria estória, é a teoria é bonita mas esqueceram de avisar que todos nós somos roteiristas e que os enredos se completam.
querem manter as mesmas velhas lições repassadas no passado, eu questiono mesmo, pois na minha cartilha o caminho não é suave, a trilha é estreita mas eu acredito e gosto do que faço e aprendo fazendo já aprendi vendo mas não foi tão legal, é muito passivo, a educação tem que ser ativa
mas se vc quer se manter nesse mesmo quadrado continue...

mas não digam que o maluco sou eu.

BENIS AMORIM - fevereiro 2010

sábado, 27 de fevereiro de 2010

JORNALISMO CIENTÍFICO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA, PARA A WIKIPEDIA...GLÓRIA KREINZ DIVULGA

PARTICIPEM DO BLOG CRIADO AGORA:http://cropavan.blogspot.com/
PAVAN E JULIO ABRAMCYZK

Quais as diferenças entre jornalismo científico e divulgação científica?

O que difere são os meios que se usa para se explicar avanços em um determinado setor que chegou a novos paradigmas que precisam ser compreendidos melhor.

Estes meios variam e quando são mais abrangentes usando, por exemplo, blogs, feiras de ciência, vídeos, sai-se do campo do jornalismo e passa-se para a divulgação científica.

A expressão “divulgação científica” é mais abrangente em termos de teoria da comunicação e a trajetória de José Reis é bom exemplo desta postura.

Quando José Reis, nos anos 30, saia do laboratório, no Instituto Biológico, onde pesquisava doenças de aves, e ia até às comunidades mais pobres do estado de São Paulo, explicando aos granjeiros como proteger seus investimentos em galinhas e outras aves estava fazendo divulgação científica, pois não utilizava apenas textos escritos.

O mesmo aconteceu quando em 15 de março de 1932 começou a escrever na revista Chácara e Quintais, falando sobre o assunto. Tornou-se depois colunista, e, em 1962, chefe de redação do jornal Folha de S. Paulo.

Revendo sua trajetória e de outros cientistas que atuaram e atuam como jornalistas, ou ao contrário como Júlio Abramczyk, que primeiro foi jornalista para depois ser médico, e continua trabalhando nas duas especialidades, com excelente desempenho, reafirmamos que a divulgação científica inclui o jornalismo científico.

NÃO CONSEGUIMOS FAZER TUDO, MAS TENTAMOS...

DISSECANDO A PROPAGANDA ENGANOSA DOS SITES FASCISTAS


Há vários anos o Ternuma e demais sites fascistas mantém no ar um artigo propagandístico e falacioso intitulado O Fracassado Sequestro do Cônsul dos EUA, transcrição provavelmente literal de um daqueles famigerados Inquéritos Policiais Militares da ditadura de 1964/85, que hoje são considerados mero entulho autoritário: por estarem contaminados pela prática generalizada da tortura, não têm valor nem em termos legais, nem como documentação histórica.

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos e o Ministério Público Federal têm sido extremamente omissos ao não tomarem providências para evitar que a memória dos resistentes mortos e a dignidade dos vivos continuem sendo atingidas pelas calúnias, injúrias e difamações assacadas pelas viúvas da ditadura.

A internet tem esse poder de concretizar o sonho de Goebbels: martelar tanto uma mentira que ela acaba passando por verdade.

Assim, p. ex., um dos ícones da extrema-direita, Olavo de Carvalho, atacou-me em 2007 com uma catalinária ridícula, não só na argumentação, como na informação.

Incompetente até para colher dados nas buscas virtuais, ele supôs que eu fosse ex-prefeito de Jacupiranga (!) e proprietário da Geração Editorial (!!). Veiculou amplamente seu samba do olavo doido, que pipocou em toda a mídia fascista.

Minha réplica foi tão contundente que ele, assustado, deu continuidade à polêmica unicamente no Diário do Comércio (SP). Nem no seu próprio site postou mais.

Resultado: houve três artigos de cada lado e, como eu resumi no título do texto final, o OC entrou como leão e saiu como cão, inapelavelmente derrotado. Se alguém duvidar, pode ler todas as peças aqui.

Pois bem, até hoje os fascistinhas aprendizes escrevem que o OC detonou o ex-prefeito de Jacupiranga, ignorando totalmente a existência dos cinco outros artigos desse debate.

Noutro arremedo de ataque, um milico de pijamas me qualificou de "capanga do Lamarca". Quem conhece os fatos da minha militância sabe que nada estaria mais distante da realidade, mas o rótulo continua sendo utilizado pela maioria dos direitistas que tentam depreciar meu trabalho. E por aí vai.

A VERSÃO E O FATO

Voltando ao panfleto sobre o sequestro fracassado, um desses fascistinhas virtuais o colou há duas semanas, na íntegra, numa comunidade de esquerda do Orkut, a Ditadura Militar. Acabei participando da discussão, até para deixar registrada a enorme diferença que há entre o fato e a versão.

Eis a versão:
"Confiantes no sucesso do seqüestro, a UC solicitou ao CN que elaborasse, antecipadamente, um comunicado que seria entregue às autoridades logo após a ação. Juarez Guimarães de Brito (...) incumbiu o responsável pelo Setor de Inteligência, Celso Lungaretti (...), de redigir o 'Comunicado Número Um', documento que veio a se tornar um libelo irretorquível contra as sandices comunistas:

"'O Cônsul norte-americano em Porto Alegre (Curtis Cutter) foi seqüestrado às ... horas do dia ... de Março pelo Comando 'Carlos Marighella' da Vanguarda Popular Revolucionária. Esse indivíduo, ao ser interrogado, confessou suas ligações com a CIA, Agência Central de Inteligência, órgão de espionagem internacional dos Estados Unidos e revelou vários dados sobre a atuação da CIA no território nacional e sobre as relações dessa agência com os órgãos de repressão da ditadura militar. Ficamos sabendo, entre outras coisas, que a CIA trabalha em estreita ligação com o CENIMAR, fornecendo inclusive orientação a esse último órgão, sobre os métodos de tortura mais eficazes a serem aplicados nos prisioneiros. A CIA e o CENIMAR sofrem a concorrência do SNI, sendo que essa rivalidade é tão acentuada que em certa data um agente da CIA foi assassinado na Guanabara por elementos do SNI. Esse informe foi cuidadosamente abafado pela ditadura, mas o depoimento do Agente Cutter, nosso atual prisioneiro, permitiu que o trouxéssemos a público'."
Eis o fato, conforme o relatei no Orkut:
"Minha única participação nesse caso foi ter escrito, a pedido do Juarez Guimarães de Brito, o texto de um comunicado que a VPR deixaria no local do sequestro, explicando que precisava recorrer a esse expediente para libertar militantes que estavam sendo barbaramente torturados e corriam sério risco de ser assassinados nos cárceres da ditadura.

"Nunca soube quem era o alvo, nem o estado em que se daria a ação. Apenas me informaram que abortou, porque um dos comandantes operacionais não conseguira organizar corretamente a apropriação de um veículo que seria necessário.

"O Ladislau Dowbor e a Maria do Carmo Brito se queixaram de que mais valia ter comprado o veículo e realizado a ação..."
FOLHETINS MALUCOS

E completei:
"Este é um dos muitos casos em que os inquéritos militares distorceram totalmente a verdade. Quem é torturado tende a falar aquilo que os torturadores mostram estar querendo ouvir. Então, os IPMs da ditadura parecem ficção barata. Em ações realizadas por cinco companheiros, eles inculpam dez, e assim por diante.

"Outra falácia a meu respeito é que eu teria sido jurado de um tribunal revolucionário. Nunca participei de nenhum, nem soube que a VPR houvesse realizado algum durante meu tempo efetivo de militância (de abril/1969 a abril/1970, quando fui preso).

"Ou seja, em cima desses IPMs fantasiosos, os sites fascistas produzem verdadeiros folhetins malucos.

"Fica claro, ainda, que eles estão de posse de muitos arquivos da repressão que deveriam ter sido entregues ao Estado brasileiro."
Companheiros da comunidade Ditadura Militar chegaram a colocar em dúvida a própria existência do plano de sequestro, por só terem ouvido falar nele a partir de relatos do inimigo.

Discordei, mesmo porque não considero o plano, em si, algo de que devamos nos envergonhar, muito pelo contrário, nas circunstâncias de um regime de exceção como o que havia no Brasil em 1970:
"Tínhamos companheiros para libertar e eu jamais deixarei de defender que, para salvar a vida e preservar a integridade física de revolucionários, era/é aceitável sequestrarem-se diplomatas.

"Mas, o problema são as informações inconfiáveis dos inquéritos militares, (...) que serviam como instrumento de guerra psicológica para o regime.

"Caso do tal comunicado sobre o interrogatório do cônsul. Afirmo enfaticamente que, não só não foi redigido por mim, como tenho a absoluta certeza de que não foi redigido por companheiro nenhum.

"A VPR jamais emitia comunicados falseando a realidade. Não fazia parte da nossa cultura e de nossos valores. Acreditávamos em conquistar o respeito das massas exatamente falando a verdade, enquanto os inimigos mentiam."
E não seria mais simples negar a existência de factóides como esse, já que não passou de um sequestro-que-não-houve, igual ao do Delfim Netto pela VAR-Palmares?
"...a minha posição é de que a verdade, ainda mais depois de tanto tempo (quatro décadas!), deva ser inteiramente revelada. Sou a favor da absoluta transparência. Revolucionário não esconde o que faz, nem faz o que depois não pode assumir.

"Se o que fizemos era justificável (como neste caso), devemos assumir e justificar.

"Se erramos, devemos fazer autocrítica, ainda que tardia.

"Mas não ocultarmos episódios debaixo do tapete. Quem procede assim é a direita. Nós temos obrigação de sermos mais honestos e dignos do que eles".

QUEM SABE...OBRIGADA AIRTON, GLÓRIA KREINZ

Beijos...
Um video meu com poema de uma amiga...

Rosa é tu...
Beijos... NINO...


RECEBI DE MEU AMIGO ANTONIO AYTON, O NINO, POETA PREMIADO NO RECANTO DAS LETRAS, E QUE FAZ PARTE DA NOSSA BLOGOSFERA NJR, JUNTO COM O SARAU PARA TODOS...OBRIGADA AYTON




www.eca.usp.br/njr

A FERRAMENTA BLOG - muito além de informar, de publicar,está o ACHAR-SE!!

Para muitos um blog é somente uma ferramenta de publicação,idéia que para mim,é limitadíssima!
Como será que Roland Barthes veria os blogs? E McLuhan ?

Quando a televisão surgiu,como  será que as pessoas e estudiosos viam este veículo? esta ferramenta?
Uso a palavra ferramenta,pois todas as invenções humanas são ferramentas que carregam em si finalidades, funções para que nós possamos nos resolver,ou resolver questões externas a nós...ou poder cooperar com seres que não sejam de nossa espécie,de nossa raça humana! Como por exemplo quando nos preocupamos com o Mico-leão-dourado que está em extinção,e criamos um blog preocupados com isso,ou se somos biólogos e tentamos resolver a extinção...mas esbarramos (ou trombamos de verdade!!!)em trilhões de outros problemas políticos, sociais, comerciais...aí...constatamos serem nossas ferramentas limitadas como nós!
Para resolver esta frustração com nossas ferramentas podemos criar outras ferramentas!
E posso dizer que botar a boca no trombone é algo que talvez possa resolver algo!
Como por exemplo a questão da AIDS, esta que o Ministério da Saúde vem atacando com suas campanhas na Internet,na Televisão e etc. Estas questões sobre problemas sociais,que estão além da saúde,pois para resolvê-las é necessária muita informação e estratégias educacionais,para tentar transformar a mentalidade     vigente das pessoas.... o exemplo de que a camisinha é a garota que deve convencer o garoto a usá-la!
( limitações da ferramenta camisinha feminina,está provocando novas atitudes por parte das mulheres,a ferramenta mostrou-se ineficiente,ou fora do poder aquisitivo da população)
Esta situação tenta fazer da garota um ser que pode e deve ser autônomo e também um ser que interage da melhor forma possível, fazendo interferências em seu meio,e por tanto agindo conforme as novas atitudes originadas na Web 2.0 ! E é aí que eu queria chegar! Web 2.0...caminhando para a Web 3.0...tem tudo a ver com blogosfera! A rede que mais cresce, mesmo com a chegada dos micro blogs, como Twitter e etc...
A blogosfera tem se definido melhor! Tem se transformado! Como tudo no início é indefinido,com os blogs não poderia ser diferente! E ser blogueira por tres anos,seria relativo a ser diretor de tv por 10 anos +_,na década de 60,a rapidez das mudanças hoje é muito mais acelerada, e ter ficado dia a dia por aqui, fez com que eu começasse a ter uma visão diferente daqueles blogueiros que são sazonais, ou que estão por aqui
com interesses outros que não seja o de "achar-se" !!! Explico este ACHAR-SE...
Muito além de só informar, publicar, os blogs podem ter a sagrada função do ACHAR-SE!!
Que  resumidamente quer dizer, traçar linhas, caminhos, mapas , de você mesmo e de seu contexto,englobando tudo ,ou quase ,que tem a ver com a sua alma!! (risos)
Será que me fiz entender? se não, tente ser blogueiro!
Outro dia ouvi sobre o psicólogo que resolveu pesquisar  classes de profissionais "consideradas" invisíveis, e pra isso ele colocou-se no lugar de um destes profissionais, virou varredor de rua, gari, e então pode sentir na prática, parte do sofrimento destes profissionais (pois não era mesmo um gari de verdade)
Esta seria uma das extraordinárias coisas da ciência!! poder ser nosso próprio estudado e pesquisado, e é assim que talvez me sinta quando tento explicar o que é ser blogueira!
A aventura é genial porque o processo também está a mostra!E a vida continua!
abrações para os que me leram!

Nadia Stabile - 26/02/10

NÚCLEO JOSÉ REIS NA WIKIPÉDIA

Núcleo José Reis de Divulgação Científica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

(Redirecionado de Núcleo José Reis)
O Núcleo José Reis de Divulgação Científica é um núcleo de estudo fundado em 1992 voltado a divulgação científica formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo com o objetivo de dar prosseguimento ao trabalho do pesquisador e jornalista José Reis (19072002), que também dá nome ao núcleo.[1][2].
Este núcleo abriga a cátedra UNESCO de divulgação científica[3] desde maio de 2006[4]. Fazem parte desta cátedra e das atividades do núcleo a realização de cursos, pesquisas e a publicação de material voltado para a área de divulgação científica.[1]

[editar] Ver também

Referências

[editar] Ligações externas

http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAcleo_Jos%C3%A9_Reis

Construindo a Fé (Walder Maia do Carmo )

Naturalmente temos a fé,
uma fé vazia de ação,
a fé natural."Se Deus quiser,
meu carro não vai quebrar hoje".
A fé sobrenatural,aquela em que
passamos a nos relacionar com Deus
numa relação de Amar e se amado,
exige a construção dos conhecimentos bíblicos.
Conhecimento onde fala os profetas,
da vinda do libertador...
De Jesus que nos deixa sua herança, a liberdade,
a sabedoria da humildade,
simplicidade,caridade, essas grandezas.
A fé sobrenatural é convicção íntima
capaz de todas as ações.
É o exercício dessas ações no cotidiano.
Na disciplina da conduta moral, altruísta,
força necessária para estarmos com Deus.

PAULO SÉRGIO PINHEIRO E A RAIVA DE CALIBÃ

Aos 12 anos, na 2ª série ginasial, eu tinha tanta facilidade em solucionar questões matemáticas quanto dificuldade em lidar com a estranha lógica da química e da música.

Então, como uma alfinetada à professora de Canto, copiei certa vez na contracapa do caderno de música o prefácio de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde - cujo significado, aliás, eu estava longe de entender.

Queria apenas que ela lesse a última frase, "toda arte é completamente inútil", pois eu considerava suas aulas uma completa inutilidade.

Quanto ao livro em si, o que me fascinava mesmo era o tema do pacto com o demônio. Eu tinha fascínio pelo fantástico e o sobrenatural. Nem remotamente imaginava a que Wilde estava querendo aludir com aquela história bizarra.

E, na minha ignorância juvenil, escapava-me também o significado de dois versos que, entretanto, me chamaram a atenção:
"A aversão do século XIX pelo realismo é a raiva de Calibã ao ver seu rosto no espelho."

"A aversão do século XIX ao romantismo é a raiva de Calibã por não ver seu rosto no espelho."
Pouco me interessara por Shakespeare e nada sabia de sua Tempestade, na qual aparece o personagem do monstro disforme, filho da bruxa Sicora, que se horroriza ao ver a própria face no espelho.

De certa forma, eu mesmo agia como Calibã, ao considerar inútil o aprendizado musical apenas porque não conseguia diferenciar um dó de um fá. Quebrava o espelho como reação às minhas limitações.

Foi o que me veio à mente, ao ler que o presidente venezuelano Hugo Chávez considerou "lixo puro" o relatório divulgado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, cujo relator foi Paulo Sérgio Pinheiro.

Por que? Porque nele se constata que não existe equilíbrio de poderes na Venezuela, mas sim a ascendência do Executivo sobre o Legislativo e o Judiciário; e que veículos da imprensa sofrem perseguições.

Ora, isto é tão óbvio quanto a feiúra de Calibã. Quebrar espelhos só coloca em maior evidência esses fatos.

E o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, recentemente eleito pela Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça como representante da sociedade civil no grupo de trabalho encarregado de preparar o anteprojeto de lei da Comissão Nacional da Verdade, é um exemplo inatacável de dignidade e idealismo, sempre colocando seu brilho intelectual a serviço das causas justas. Uma unanimidade.

Então, não posso calar quando Chávez trata de maneira tão insultuosa seu relatório e qualifica de "máfia" a Comissão à qual pertence.

Paulo Sérgio Pinheiro fez por merecer o respeito dos melhores brasileiros e deve ser por eles desagravado neste episódio, independentemente de quaisquer outras considerações.

Não vivemos mais nos sinistros tempos da guerra fria, quando tantos calavam a voz de suas consciências por temerem ajudar indiretamente o inimigo.

Rosa Luxemburgo é quem estava certa: "a verdade é revolucionária". Sempre.

Por último: deixo igualmente registrado meu inconformismo com o tratamento desumano que os presos políticos recebem em Cuba, causa última da morte de Orlando Zapata, e com a frase extremamente infeliz de Marco Aurélio Garcia, ao relativizar o ocorrido alegando que "há problemas de direitos humanos no mundo inteiro".

SERES VIVOS : BLOGS

leve seu blog pra passear,deixe links dele noutros ares!
deixe rastros, aceite rastros de outros blogs!
areje-o,alimente-o,regue-o,use e abuse dele!
rasgue-o, escreva muito,apague, delete,
ou desintegre-o...ou...até você pode deixá-lo,
um pouco na geladeira,escondidinho do mundo!
...todavia,lembre-se sempre, blogs e gente nasceram pra voar!
o que fazemos,somos nós!
e se não fizermos nada, dificilmente descobriremos quem somos!

Nadia Stabile  - 26/02/10

"Plantar uma árvore, ter um filho, escrever um livro e hoje...manter um blog!!!"

Blogs parecem ser uma ótima ferramenta para colocarmos um pouco de ordem em nosso caos!
A razão, a emoção,o conviver,a troca,nosso lado artístico...enfim,com blogs parece que colocamos "nossa casa" em ordem, e ainda cooperamos com outros, tudo ao mesmo tempo!
Os introvertidos,tímidos, passam  a expressar as tantas coisas guardadas lá dentro!
Os extrovertidos acabam tornando-se mais reflexivos por conta das batalhas travadas com os teclados!
Grandes intelectuais resolvem adaptar-se a uma linguagem mais simples!
E os mais populares resolvem escrever um pouco melhor e com isso começam a se aperfeiçoar...
Tantas transformações uma simples ferramenta pode causar!
E o interessante é que a cada dia mil outras utilidades para os blogs são criadas !!!
Para auxiliar nos estudos é extraordinário! é só ir linkando textos a serem lidos,
postando anotações de aulas,e tudo fica mais simples e interessante!

Pavan, quebrou o dogma da constância do DNA; Glória Kreinz Divulga


MARCELO ROQUE,POETA/DIVULGADOR CIENTÍFICO USA NOVAS LINGUAGENS PARA TRATAR O ASSUNTO

O Sonhador
Era apenas uma mosca
Não mais que uma simples mosca;
aos olhos de quem não via
E quantos segredos, afinal, caberiam,
dentro de tão mísero inseto, perdido,
entre as folhagens mortas de uma manhã qualquer ?
Era preciso muito mais do que apenas olhos
para poder enxergar
Era preciso saber sonhar
Mas não estes sonhos comuns,
que se perdem à luz do primeiro alvorecer
Era preciso sonhar, além do simples olhar;
Sonhar além das já conhecidas fronteiras
Sonhando além, muito além,
do próprio sonho
Marcelo Roque

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

NÃO AGUENTO MAIS

Uma velha máxima do jornalismo diz que notícia não é quando um cachorro morde um homem, mas sim se um homem morder o cachorro.

Foi o que aconteceu num hospital público de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul.

Nunca ouvi falar nesse município. Abrigará o Rancho Fundo, bem pra lá do fim do mundo?

O certo é que uma mulher de 32 anos estava para dar à luz, os pré-natais não indicavam problemas e ela entrou saudável na sala cirúrgica.

O médico que fizera todo o acompanhamento prévio já havia aplicado o medicamento para induzir contrações e dilatação, pois o parto seria normal.

Chegou o plantonista e reivindicou a primazia. Disse que cabia a ele conduzir os procedimentos.

O outro médico não se conformou e os dois saíram na porrada, chegando a rolar no chão.

A parturiente ficou histérica, além de exposta, nua, aos olhares da turma do deixa disso.

Depois do bafafá, um terceiro médico fez cesárea, mas o bebê nasceu morto.

Médicos existem para salvar nenês, mas causaram a morte deste. O homem mordeu o cachorro.

Correndo o risco de ser tido pelos leitores como um velho saudosista, vou confessar que sonho com um mundo bem diferente, solidário e justo, mas não deixo de sentir uma ponta de nostalgia dos meus tempos de criança, quando os médicos eram fiéis ao juramento de Hipócrates.

Quando os professores sentiam-se responsáveis não só pela instrução de seus alunos, mas por prepará-los para serem bons cidadãos.

Quando os juízes não se deixavam subornar pelos poderosos e eram respeitados pela comunidade.

Quando o vendeiro era amigo da clientela e não a induzia a más compras.

Quando os farmacêuticos indicavam o remédio correto para quem não podia pagar ou não tinha tempo para ir ao médico.

Quando os policiais eram bem educados e cumpriam civilizadamente a lei...

Aí veio o capitalismo pleno e a afabilidade foi detonada pela ganância, os brasileiros cordiais substituídos pelos brasileiros canibais.

Não aguento mais percorrer lojas enormes sem nenhum vendedor para assessorar a compra, tendo de caçar funcionário que dê informações (e quase sempre ele chama outro, que nada sabe também, aí se descobre que o item em questão não está mesmo nas prateleiras, mas pode ser que exista no depósito, etc., de forma que a compra leva uma eternidade porque os estabelecimentos hoje operam com um terço do pessoal que seria necessário para atender dignamente os clientes...).

Não aguento mais ver policiais militares revistando jovens malvestidos aos berros e pescoções, apenas por suspeitarem deles. Fico me lembrando da distinta e respeitável Guarda Civil dos anos 50, que tratava a todos como cidadãos e não como inimigos. Aí militarizaram o policiamento urbano e a truculência virou norma.

Não aguento mais percorrer os bairros pobres e constatar que, na principal cidade brasileira, continuam existindo córregos a céu aberto que passam no meio da rua, onde as crianças caem para ser contaminadas pelo esgoto; onde os coitadezas vão acrescentando um novo andar a seus casebres cada vez que a família aumenta, até que aquela construção irregular e insensata desaba como pedras de dominó.

Não aguento mais ver os veículos de comunicação, com os repulsivos BBB's, emburrecendo suas vítimas a um ponto que nem mesmo Sérgio Porto acreditaria ser possível, quando apelidou a TV de "máquina de fazer doido".

Não aguento mais viver no inferno pamonha do capitalismo agonizante, que esgotou o que tinha de positivo para oferecer e agora sobrevive parasitariamente, destruindo tudo que há de saudável, nobre e belo na existência humana.

Cem anos de divulgação científica com José Reis

Por Osmir Nunes

Posso marcar uma entrevista com Sr. José Reis? É impressionante, mas essa pergunta tem sido muito persistente de diversas partes do Brasil, dirigidas ao NJR. Não se trata de desinformação, ou até brincadeira de mau gosto, pelo contrário, como afirmam os interessados. Trata-se de um nome tão presente que é difícil imaginá-lo ausente. A maioria acha que o Núcleo é o seu atual espaço de atuação. Essas pessoas estão certas. Neste ano comemoramos 100 anos de atuação de José Reis.

O primeiro centenário de nascimento desse homem significam 100 anos de Divulgação Científica. Seu DNA já previa isso. Aos dez anos, “menino pobre”, como afirmava, conhecia o desafio da linguagem quando produzia seu primeiro livro de poemas e os irmãos mais velhos, a platéia obrigatória, tinham que ouvir suas declamações.

José Reis não inventou a divulgação científica. Tratou de fazê-la. Fez por gosto e necessidade e, sobretudo com persistência. Começou a prática de divulgador sistemático em 1931 e nunca parou até morrer, em 2002. Fez uso de todos os veículos de comunicação e expressão que dispunha em cada época e tempo de sua vida: folhetos, livros, jornais, revistas, filmes de cinema, programa de TV, peça de teatro, programa de radio, radioteatros, furgão adaptado, feiras de ciência, cursos, conferências, pesquisa científica, aulas, entidades de política científica, política, literatura, traduções, desenhos, paródias, concursos diversos etc.


José Reis foi grande não apenas pelo trabalho que fez, mas por agregar à sua volta outros importantes divulgadores, como a autora do Projeto José Reis Unidade na Diversidade, Profª Dra. Glória Kreinz, Márcia M. Rebouças (ambas na foto abaixo), Nair Lemos Gonçalves e Maria Julieta Ormastroni.

foto: Osmir Nunes

Sua ação comunicativa era total, expressava-se e lia avidamente e além da língua portuguesa conhecia latim, inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e brincava com o grego. Médico de formação, cientista de doenças de aves no Instituto Biológico, teve artigos publicados em diversas publicações internacionais. Tornou-se administrador público e ajudou a fundar a atual FEA/USP, FAPESP, SBPC, para ficarmos em algumas das inúmeras entidades que ajudou a criar.

Neste momento em que a crise educacional se agrava mostrando claramente, através dos exames nacionais de avaliação educacional, que ano a ano estamos perdendo qualidade, é hora de retomar alguns princípios que José Reis deixou no seu livro, ainda fundamental e atual: Educação é investimento.

Com um espírito de iniciativa sem precedentes participou de diversos projetos educacionais, sendo a Feira de Ciências o mais contundente deles. Percorreu boa parte de escolas públicas do Estado de São Paulo participando de debates e incentivando diretamente os alunos e professores, pois acreditava no investimento daqueles que manteriam o saber no dia seguinte. Apostava em projetos para incentivar vocações de futuros cientistas, tanto é que hoje encontramos diversos deles espalhados em diversas universidades pesquisando e oferecendo resultados.

Por esse motivo aproveitamos para convocar todas essas pessoas que em um dia, perdido na história de sua vida passada de formação, tiveram contado com José Reis, seja nas Feiras de Ciências, Jovem Cientista, Ciranda da Ciência, etc., para dar um breve testemunho para empreendermos uma publicação da geração de cientistas, pesquisadores, educadores que em um certo dia tiveram contato com um certo cidadão chamado José Reis.

A Cátedra e o Núcleo que levam seu nome, instituíram este ano, do primeiro centenário de José Reis, o Ano da Divulgação Científica. Nas palavras dos Coordenadores e da Profª Dra. Glória Kreinz, autora do Projeto José Reis Unidade na Diversidade, em desenvolvimento desde 1991 – envolvendo nomes como as doutoras Nair Lemos Gonçalves, Maria Julieta Ormastroni, Márcia Maria Rebouças, e doutores Crodowaldo Pavan, Oswaldo Frota Pessoa, entre outros que conviveram com José Reis –, “estão sendo preparados livro e encontro para comemorarmos, não o indivíduo, mas as responsabilidades que esse homem idealista assumiu tornando a divulgação científica um projeto de melhoria de vida para população brasileira. A ele devemos muito do que sabemos e fazemos e a equipe de divulgadores científicos presta sua homenagem”.


FONTE : http://www.eca.usp.br/njr/lanternaverde/numero28a.htm

OUÇA

Programa de Rádio


http://www.eca.usp.br/nucleos/filocom/home.html
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O Teatro do Mundo - A Canção
Programa de Ciro Marcondes Filho
Terças-feiras - 12h30

Rádio USP - 93,7 MHz FM - S.Paulo


Contatos Rádio USP: Tel (11) 3091-3960. Fax: (11) 3091-4350.
E-mail: oteatro@usp.br

É possível ouvir o programa pela internet, acessando o
endereço da Rádio USP na web: www.usp.br/radiousp

Terças-feiras às 12h30, reprise nas quintas-feiras às 23h30

Ouça trechos dos programas:
___ Apresentação____
A Guerra, por Anders
___._ A Infância _____
_. Lugares da Memória
_____ A Fome __.____
__.___O Som_____ __
_.____ O Mar ___.____

É possível adquirir cópias dos programas em CD, entrando em contato com o Núcleo José Reis, pelos telefones (11) 3091-4021/4270 ou pelo e-mail nucleojosereis@eca.usp.br

Veja abaixo a lista atualizada dos programas: 1. A Guerra - 08 de abril de 2003
2. A Fome - 15 de abril de 2003
3. A Infância - 22 de abril de 2003
4. O Som - 29 de abril de 2003
5. A Solidão - 06 de maio de 2003
6. Século XX - 13 de maio de 2003
7. A Mulher - 20 de maio de 2003
8. O Homem Simples - 27 de maio de 2003
9. Pequenos Prazeres - 03 de junho de 2003
10. O Parceiro Ideal - 10 de junho de 2003
11. O Mar - 17 de junho de 2003
12. Lugares da Memória - 24 de junho de 2003
13. O Outro - 01 de julho de 2003
14. A Felicidade - 08 de julho de 2003
15. A Separação dos Amantes - 15 de julho de 2003
16. Anos Rebeldes - 22 de julho de 2003
17. Os Condenados da Terra - 29 de julho de 2003
18. O Riso e a Ironia - 05 de agosto de 2003
19. Brasil - 02 de setembro de 2003
20. Sentimentos Ácidos - 09 de setembro de 2003
21. O Desejo - 16 de setembro de 2003
22. Personagens Urbanos - 23 de setembro de 2003
23. Guerra Conjugal - 30 de setembro de 2003
24. O Tempo em Nós - 07 de outubro de 2003
25. O Corpo - 14 de outubro de 2003
26. A Comunicação - 21 de outubro de 2003
27. Iminência da Morte - 28 de outubro de 2003
28. Filhos - 04 de novembro de 2003
29. Preservação da Natureza - 11 de novembro de 2003
30. A Moda - 18 de novembro de 2003
31. A Sedução - 25 de novembro de 2003
32. O Olhar - 02 de dezembro de 2003
33. O Tédio - 09 de dezembro de 2003
34. Violência - 16 de dezembro de 2003
35. Religiosidade - 23 de dezembro de 2003
36. Viradas - 30 de dezembro de 2003
37. Paulicéia desvairada - 20 de janeiro de 2004
38. A Vida - 27 de janeiro de 2004
39. Histórias de Marias - 03 de fevereiro de 2004
40. O Belo - 10 de fevereiro de 2004
41. A Idade - 17 de fevereiro de 2004
42. Saber pensar - 24 de fevereiro de 2004
43. A Paixão - 02 de março de 2004
44. Amigo - 09 de março de 2004
45. O Homem - 16 de março de 2004
46. O Dinheiro - 23 de março de 2004
47. Medo e Angústia - 30 de março de 2004
48. A imortalidade - 06 de abril de 2004
49. Prostituição e marginalidade - 13 de abril de 2004
50. A Liberdade - 20 de abril de 2004
51. A Terra - 27 de abril de 2004
52. Vida Estressada - 04 de maio de 2004
53. O Garoto - 11 de maio de 2004
54. O Silêncio - 18 de maio de 2004
55. O Inconsciente - 25 de maio de 2004
56. A História - 01 de junho de 2004
57. Homens e Máquinas - 08 de junho de 2004
* O Homem Simples (reprise) - 15 de junho de 2004
* Pequenos Prazeres (reprise) - 22 de junho de 2004
* O Parceiro Ideal (reprise) - 29 de junho de 2004

Um texto do cientista e filósofo Ilya Prigogine





17 de Agosto de 2007
 
Um pouco sobre o autor:
 
O prof. Ilya Prigogine, nasceu na Rússia, no dia 25 de janeiro de 1917 e faleceu na Bélgica, no dia 28 de maio de 2003. Pode ser considerado como um dos mais brilhantes cientistas e filósofos do nosso século. Recebeu o prêmio Nobel Química, em 1977 por seu trabalho sobre estruturas dissipativas,e o papel das mesmas nos sistemas termodinâmicos enquanto  sistemas distantes de um ponto de equilíbrio e sobre a irreversabilidade dos mesmos.
Estudou química na Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica). Em 1959 foi nomeado diretor do International Solvay Institute, em Bruxelas. Posteriormente, foi nomeado Ruegental Professor e Ashbel Smith Professor of Physics and Chemical Engineering da University of Texas at Austin, nos Estados Unidos, onde em 1967 cofundou Física e Química o Center for Complex Quantum Systems. O texto que apresentamos chama-se "Pluralidade dos futuros e do fim das certezas". Foi apresentado nos "Diáolagos do século XXI” realizados no fim de setembro de 1998, na sede da UNESCO, em Paris. Na sua apresentação, o prêmio Nobel de Química sustentou, no discurso de abertura, que não se poderia mais enquadrar o futuro em cenários predeterminados. Desta forma, sob título “Pluralidade dos futuros e fim das certezas”, Ilya Prigogine declarou:

 

I

A questão central deste colóquio, "O século XXI acontecerá[1]?,” assinala a incerteza do homem face ao seu destino. Mas este colóquio marca também nossa vontade de explorar as alternativas e de participar na construção do futuro.
Recentemente, em um número do Nouvel Observateur dedicado à “Busca das origens”, li um artigo de Le Pichon do qual retirei a seguinte passagem:
“Mas o homem tem a capacidade de se projetar no tempo e esta capacidade está, sem dúvida, na origem da sua angústia existencial. É este olhar reflexo e esta capacidade de projeção no tempo que constituem, penso, a verdadeira originalidade do homem. Talvez a única verdadeira originalidade, aquela de tomada de consciência do sofrimento e da morte. É certamente neste aspecto que é preciso buscar o nascimento da arte, da poesia e da metafísica, que fornecem a capacidade de transcender, de se projetar para além, superando o simples nível fatual, imediato, da nossa vida.”
Acho esta passagem muito bela. A vida não pode ser concebida sem previsão do futuro. As plantas não se despertam com a aproximação da primavera ? Curiosamente, este problema do tempo dividiu o pensamento ocidental. O problema do tempo esta estreitamente ligado ao problema do determinismo. Karl Popper exprimiu de forma concisa as dificuldades:
“Todo evento é causado por um outro evento que o precede, de forma que se poderia predizer ou explicar todo evento. Por outro lado, o senso comum atribui
às pessoas normais e adultas a capacidade de escolher livremente entre diversos caminhos de ação distintas...”
Popper apresenta uma bela imagem. Estamos no cinema? Não conhecemos a vítima e não conhecemos o assassino, mas aquele que fez a película a sabe. Seríamos simplesmente os espectadores passivos de um mundo sujeitado às leis determinísticas? Este problema tem apaixonado o homem desde o alvorecer do pensamento, com a controvérsia entre Heráclito e Parmênides. O problema do determinismo não é apenas um problema específico da ciência. Deve também situar o homem na natureza.
Durante séculos, a física ocidental teve um papel importante na discussão deste problema. O que caracteriza a ciência ocidental e a diferencia da ciência chinesa ou da ciência hindu, é a descoberta das “leis da natureza”. O exemplo supremo é a física do Newton que descreve o mundo através de leis determinísticas e reversíveis, em que o futuro e o passado se comportam de forma semelhante. Nosso século veio a conhecer mudanças profundas nas leis da mecânica clássica, a descoberta da mecânica quântica, da relatividade. Entretanto, estas duas características, o determinismo e a reversibilidade a sobreviveram. Daí o pesadelo sempre atual do demônio de Laplace: vamos supor que conhecemos as circunstâncias iniciais; poderemos então predizer o o futuro e redizer o passado (provar que tal evento aconteceu e, em certos casos, explicar seu determinismo). Desta forma, o mundo seria um autômato. É uma posição difícil de aceitar se incluirmos o homem na natureza... Desta maneira, o homem também se tornaria um autômato, ao mesmo tempo ignorando que ele não passa de um autômato. No entanto, esta é a posição admitida por Einstein e por Spinoza.
Que acontecem, então, às interrogações discutidas nesta conferência? O demônio de Laplace já conhece as respostas. O filósofo Jean Wahl escreveu que a história do pensamento ocidental era uma história gloriosa mas infeliz, hesitante sempre entre ser e se tornar. E o grande historiador da China, Joseph Needham, falou da “esquizofrenia européia” que hesita entre um mundo automático e um mundo dirigido por Deus.
Mas quais são nossas opções? Ou um completo monismo que faz de nós autômatos ou um dualismo como em Descartes ou Kant? Mas este dualismo é difícil de ser aceitado. Desde então, desenvolveu-se uma fossa entre entre a ciência e filosofia, levando a uma verdadeira guerra de culturas que encontra sua expressão em filósofos tais como Martin Heidegger ou Richard Rorty. Esta hostilidade levou a uma fragmentação da cultura ocidental, e esta fragmentação está na ordem do dia. O sóciobiologista americano Edward O. Wilson escreveu, na sua recente obra Consilience[2]: “Não existe problema mais urgente que aquele de reaproximar a cultura científica da cultura humanista.” O século XXI será o século desta reconciliação ? Eu gostaria de citar um texto de Isabelle Stengers, professora de filosofia da Universidade Livre de Bruxelas, retirado de uma recente obra de sua autoria: Cosmopolitiques[3].
“No caso presente, seria suficiente, seria mais do que suficiente, lembrar que as famosas leis da física que afirmam a equivalência entre o “antes” e o “depois” não se tornaram possíveis – não estamos nem mesmo falando da história humana e da prática dos físicos – cujas operações de mensuração e o mais simples instrumento de medida negam esta equivalência. De uma maneira ou de outra, estas leis afirmam, desta forma, um mundo onde o enunciado das mesmas seria impossível. Na verdade, é preciso ser um físico para atribuir a estas leis uma autoridade tal para que se possa, rapidamente, pensar em negar em seu nome o que elas pressupõem e o que pressupõe todo ser pensante e falante”
“É preciso ser um físico”. Sou físico e estou convencido que atualmente estamos vendo o desenvolvimento de uma concepção da natureza que é aceitával tanto para os filósofos como também aceitável para a ciência.
O século XIX tinha-nos legado uma herança conflituosa. Temos as leis da natureza das quais já falei mas, também, tínhamos a termodinâmica, com a entropia. A termodinâmica nos dá uma imagem inteiramente diferente do mundo. É uma imagem evolutiva. Vamos nos lembrar do enunciado de Clausius[4]: “A evolução do universo é feita com o aumento na entropia”. A entropia é o traço do tempo. Ao lado das leis reversíveis da dinâmica, existem leis irreversíveis que encontramos em toda parte, no fluxo do calor, os fenômenos dr "transporte", a química, a biologia, nas quais o futuro e o passado podem desempenhar papéis diferentes. De fato, as leis reversíveis de Newton cobrem tão somente uma pequena fração do mundo no qual vivemos. Pensemos no sistema planetário. As leis do Newton nos dão uma boa descrição do movimento dos planetas. Mas o que ocorre sobre os planetas, a geologia, o clima, a vida, tudo isto requer a introdução de leis que incluem fenômenos irreversíveis. Mesmo ao nível microscópico, nós descobrimos fenômenos irreversíveis por toda parte. Pensemos na radioatividade, às partículas elementares instáveis. O dilema é seguinte: os fenômenos irreversíveis são provenientes de nossas aproximações ou é preciso rever a formulação das leis da natureza? São os resultados recentes na termodinâmica que me incentivaram a explorar esta segunda possibilidade.

II

Comecei minha carreira científica pela termodinâmica. De acordo com o segundo princípio da termodinâmica, os fenômenos irreversíveis criam a entropia. Perto do equilíbrio, a termodinâmica descreve um mundo estável. Se há uma flutuação, o sistema responde retornando ao seu estado de equilíbrio, caracterizado ao máximo da entropia ou de algum outro potencial termodinâmico. Mas o que é surpreendente, é que esta situação muda radicalmente quando nós nos colocamos longe do equilíbrio. As flutuações podem então dar origem a novas estruturas espaço-temporais. É preciso para isto que as leis da evolução sejam não-lineares. Chegamos, então, "às estruturas dissipativas" que correspondem às novas organizações "supramoléculares".
No laboratório, nós produzimos estas estruturas facilmente. São, por exemplo, reações químicas oscilantes, nas quais milhões de partículas mudam simultaneamente de “cor”, ou as "estruturas famosas de Türing" nas quais os compostos químicos se organizam em praias, ou ainda os fenômenos ditos “caóticos” observados recentemente na química, nos quais duas trajetórias vizinhas vão se separando exponencialmente, ao longo do tempo. Todas estas novas estruturas ocorrem em pontos de “bifurcação”.
Notemos que, graças principalmente aos fluxos de energia provenientes do sol, vivemos em mundo um “distante do equilíbrio”. Estamos envolvidos por estruturas que são formadas ao longo da história da Terra, seja químicamente, geológicamente ou biológicamente. Devemos buscar sua origem nas bifurcações sucessivas. Há um outro aspecto. Com efeito, as bifurcações mostram que a natureza é imprevisível pois, no ponto de bifurcação, geralmente se apresentam diversas possibilidades. É então um problema de probabilidade aquele de determinar qual das possibilidades vai se realizar. É o "fim das certezas" e a surgimento da pluralidade dos futuros. Deixe-nos insistir no papel construtivo dos fenômenos irreversíveis. Ao nível molecular, este papel construtivo torna-se possível pela aparência de correlações de longa amplitude. Tudo isto nos dá, com relação à matéria, uma visão completamente diferente daquela da matéria no estado de equilíbrio. Tenho escrito freqüentemente: "a matéria no equilíbrio é cega; longe do equilíbrio ela começa a ver". Como já foi notado, geralmente temos sucessões de bifurcações. Isto nos conduz a uma visão "histórica" da natureza. É um ponto importante. O modelo da física tradicional era a geometria, um modelo no qual a relatividade geral de Einstein nos dá o exemplo supremo. Agora, nós vemos, mesmo nas ciências "duras", surgir um elemento narrativo.
Os conceitos de bifurcação, auto-organização, de estrutura dissipativa, penetram cada vez mais em todas ciências, incluindo, inclusive, as ciências sociais). Em resumo, chegamos a uma conclusão muito próxima daquela de J. Gould, que escreveu:
“Para compreender os eventos e as regulações que caracterizam os caminhos da vida, devemos ir além dos princípios da teoria da evolução e na direção de um exame paleontológico do modo de mudança contingente da história da vida sobre nosso planeta, única versão atualizada entre milhões de alternativas plausíveis na qual se descobre que elas não se realizaram. Uma tal concepção da história da vida é completamente contrária aos modelos deterministas habituais da ciência ocidental, mas também às tradições sociais e às esperanças psicológicas mais profundas da cultura ocidental, aqueles de uma história que culmina nos seres humanos enquanto a expressão mais alta da vida e destinados a dominar o planeta”.
Naturalmente, cada ciência tem a sua especificidade. O mecanismo das bifurcações é diferente na química, na biologia, ou na economia. Mas como não ser golpeado pelas analogias?
Desta forma, a passagem do paleolítico ao neolítico se realiza no momento onde se estabelece um fluxo de energia mais importante do meio ambiente em direção ao homem e isto graças à exploração dos recursos vegetais e da metalurgia. O que sempre me chamou a atenção é que a passagem para o neolítico é acompanhada também por uma diferenciação fundamental da visão do mundo. Desta forma, o neolítico chinês é bastante diferente do neolítico da América Latina ou do Oriente Médio. O “ distante do equilíbrio” conduz a uma diferenciação progressiva. Nota-se que o “distante do equilíbrio” é o ponto de partida da imensa variedade do mundo que nos acerca..Outras bifurcações na sociedade se encontram associadas ao emprego do carvão ou do petróleo. No início do século XXI, temos a convicção que nós nos aproximamos de um ponto de bifurcação. Nos simples exemplos estudados na física ou na química, a bifurcação é precedida por fortes flutuações. Não os observamos em torno de nós? Qual é a direção que o século XXI vai seguir ? Qual futuro para o futuro? É um dos temas deste colóquio.

III

Estes resultados obtidos no “distante do equilíbrio” me encorajaram a aprofundar a relação entre as leis da natureza, com a sua visão estática e determinista e a visão termodinâmica, com o seu mundo no devir. A tradição aceita que o devir será o resultado de nossas aproximações dadas às leis exatas reversíveis da mecânica clássica ou quântica desde que aplicamos as mesmas a sistemas termodinâmicos formados por um grande número de partículas que se interagem. Haveria, desta forma, uma linguagem dupla. De um lado, o mundo microscópico reversível e, de outro, um nível macroscópico irreversível, na seqüência de nossas aproximações (chamadas freqüentemente de coarse-graining[5]). Esta visão nunca me satisfez uma vez que dentro desta visão a irreversibilidade seria devido as nossas aproximações. Temos, desta forma, procurar superar esta dualidade. Os progressos recentes da teoria de sistemas dinâmicos e matemáticos no domínio da análise funcional têm, efetivamente, permitido estender as leis da natureza de maneira a incluir nestas o rompimento da simetria temporal e também a noção de probabilidade. Com a probabilidade, as idéias do indeterminado, de futuros múltiplos fazem sua entrada mesmo dentro das ciências do microscópico. Nós não podemos adentrar, neste texto, nos desenvolvimentos necessariamente mais técnicos. Mas apresentemos o novo elemento central:
A sociologia se ocupa de grupos humanos, populações. A biologia darwiniana é, também, uma biologia de populações. Na física (clássica ou quântica), podemos falar, seja em termos de fenômenos “individuais” (trajetórias, funções, ondas), seja em termos de populações ou “conjuntos”.
Os conjuntos foram introduzidos por Gibbs e Einstein para explicitar as bases dinâmicas da termodinâmica. Mas, no ponto de vista dos mesmos, os conjuntos foram introduzidos apenas pelo fato que nós não conhecíamos as posições exatas das partículas que formavam o conjunto. Desta forma, o conjunto era o resultado da nossa ignorância. Tinha sido sempre aceitado que a descrição de conjuntos era equivalente àquela das trajetórias (ou de funções de onda). Isto é verdadeiro para os sistemas dinâmicos simples descritos nos cursos de mecânica. Mas nossos colegas e eu tínhamos mostrado que isto nem sempre era desta forma. A física das populações não é sempre redutível à física dos “indivíduos” isolados. Temos sistemas nos quais a descrição estatística em conjuntos conduz a formulações novas e irredutíveis, isto é, que não podemos superar a etapa das probabilidades. Chegamos, desta forma, a uma descrição microscópica na qual a probabilidade desempenha o papel central.
O exemplo mais importante é aquele dos “grandes sistemas”, formados de um grande número de partículas entre as quais interações são produzidas constantemente. São, precisamente, os sistemas estudados na termodinâmica. Desta forma, a atmosfera desta sala é formada de milhares e milhares de moléculas que, constantemente, se entrechocam. Assim sendo, elas produzem, de início, correlações binárias entre duas partículas e terciárias, em seguida. É um pouco como uma propagação de informação ao seio de uma população humana. O essencial é que, com os conjuntos a probabilidade entra no coração da física. Não há mais conflito entre dinâmica e termodinâmica. O “distante do equilíbrio” à base do mundo complexo que nós observamos tem suas raízes nas leis fundamentais da física.
Passemos às conclusões. Nós vamos de um mundo de certezas a um mundo de probabilidades. Devemos encontrar a “via estreita” entre um determinismo alienante e um universo que seria regido pelo acaso e, desta forma, inacessível a nossa razão. Chegamos a um conceito diferente da realidade. A realidade associada à mecânica clássica era comparável a um autômato. A mecânica quântica não melhorou a situação pois, na mecânica quântica ortodoxa, a realidade depende das nossas medidas. Há, na em mecânica quântica um antropomorfismo curioso que desempenhou, certamente, um papel no pós-modernismo. Contrariamente, nós chegamos à concepção de um mundo em construção. Esta concepção rompe com a hierarquia tradicional das ciências. As ciências duras falavam de certezas. Era bem freqüente o modelo, o objetivo supremo das ciências humanas. As ciências humanas, tais como a economia ou a sociologia, podem agora recorrer a outros modelos.
Em um universo que não é mais um universo de certezas, nós restauramos também a noção de valor. O que poderia significar, com efeito, a noção de valor em um mundo determinista? De fato, os antigos gregos nos legaram dois ideais que guiaram nossa história: aquele da inteligibilidade da natureza ou, como escreveu Whitehead[6] , de “formar um sistema de idéias gerais que seja necessária, lógica, coerente e, em função do qual, todos os elementos da nossa experiência possam ser interpretados”; e aquele da democracia baseada sobre o pressuposto da liberdade humana, da criatividade e da responsabilidade. Nós estamos, certamente, muito longe da realização destes dois ideais, ao menos nós podemos, de agora em diante, concluir que eles não são contradictorios. A natureza é mais rica, mais inesperada, mais complexa do que se tinha imaginado no começo deste século. Indubitavelmente nós veremos, no século que vem, se desenvolver uma nova noção de racionalidade, na qual a "razão" não é mais associada à "certeza” e a “probabilidade” com a "ignorância". É dentro deste quadro que a criatividade da natureza e, em particular, aquela do homem encontram o lugar que lhes cabem.
tradução: Anthony T. Gonçalves
Nota
Para as referências às publicações originais, ver I. Prigogine, La fin des certitudes, Paris, Éditions Odile Jacob, 1996.


[1] “21st Century Dialogues du XXI siècle. Le XXIe aura-t-il lieu ? Will be there be a 21st a century ? “, UNESCO, Paris, 16-19 septembre 1998.
[2] (N.T.)Embora no texto orignal de Prigogine apareça o título Conscience , na obra de Edward O. Wilson, o nome correto da obra é a citada acima.
[3] Isabelle Stengers, Cosmopolitiques;tome I: La Guerre des sciences, Paris, La Découverte/Lês Empêcheurs de penser em rond, 1996.
[4] Rudolf Julius Emanuel Clausius – físico e matemático alemão e considerado um dos fundadores da ciência da termodinâmica e introdutor do conceito de entropia
[5] coarse-grained: não refinado, tosco